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Entrevista com o Apóstolo Estevam Hernandes
“Ó quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união... ali o Senhor ordena a sua bênção e a vida para sempre.” (Salmo 133)
A Igreja Cristã Apostólica Renascer em Cristo é uma denominação neopentecostal pregadora da teologia da prosperidade, fundada em São Paulo, em 1986, por Estevam e Sônia Hernandes. Inicialmente, as reuniões eram realizadas no apartamento do casal, sendo posteriormente alugado um salão, no piso superior do edifício onde se encontrava a Pizzaria Livorno, na rua Vergueiro, Vila Mariana, em São Paulo.
Classificada como neopentecostal, a igreja utiliza a designação “Apostólica” por acreditar na existência da figura do apóstolo como um cargo eclesiástico válido na atualidade. É fundadora da Confederação das Igrejas Evangélicas Apostólicas do Brasil (CIEAB), entidade que congrega as igrejas que aceitam essa doutrina. Com o aumento do número de membros, foi disponibilizado um espaço, na Igreja Evangélica Árabe de São Paulo, ainda na Vila Mariana. O foco principal era os cultos para jovens. Após um rápido crescimento, foi adquirido um prédio na Avenida Lins de Vasconcelos, onde seria erguida a sede internacional, com capacidade para cinco mil pessoas.
Segundo o site de notícias “LEU LEUTRAIX NEWS” a Igreja Renascer controla uma rede de TV, uma gravadora, rede de rádio, uma editora e uma linha de confecções; no Brasil, há cerca de 1.200 templos e mais de dois milhões de seguidores. A Renascer é a segunda maior denominação neopentecostal brasileira. Para a Igreja Renascer em Cristo, a sexualidade é uma criação divina, assim como tudo neste mundo. Para eles, tudo no princípio foi feito para trazer prazer, e nada pode ser comparado com esta relação íntima entre um homem e uma mulher. Eles discordam que o sexo é apenas para procriação, caso contrário, homem e mulher não nasceriam com certas peculiaridades.
Em sua visão, enquanto tal conceito puritano existir como uma ideia extremamente banal do sexo, as consequências serão os altos índices de separações matrimonias, da violência e das desgraças pessoais e familiares. Acreditam que o Criador, após a queda humana pelo pecado, ditou algumas regras também no uso da sexualidade. Para a Igreja Renascer, aceitando ou não, as regras sobre o sexo foram dadas. É inevitável a ênfase nos aspectos agradáveis do sexo. A questão importante consiste não em suprimir os desejos humanos naturais, mas na conscientização de certa ética que os impeçam de gerar tragédias futuras.
De acordo com a Renascer, duas realidades são colocadas diante do homem. De um lado, existe a religião que faz com que o homem tenha uma base para se constituir no mundo, conferindo a ele a esperança de viver a crença em algo maior e a segurança de uma vida futura. Por outro lado, irrompe a ciência que apresenta ao homem a realidade do mundo enquanto visível e sensível.
Para eles, durante muitos séculos, sustentou-se uma infindável discussão entre a ciência e a religião, onde a religião se identificava com a fé e a ciência com a razão. Cada uma dessas realidades tem uma forte tendência de se mostrar como soberana. Entretanto, sua visão é de se constituírem como realidades completamente distintas, mas não opostas. Nada mais são do que faces de uma mesma realidade. Assim, toda essa discussão serve somente para que uma auxilie na purificação da outra.
Na medida em que a ciência apresenta os pontos falhos da religião, esta se vê na obrigação de dar uma resposta cabível e cada vez mais depurada às questões da fé. É evidente a existência de religiões fundamentalistas que não têm a coragem de se dispor aos questionamentos da ciência, são religiões incoerentes e estão fora da dinâmica da vida, pois criam um mundo paralelo e totalmente supersticioso, enquanto a verdadeira religião tem essa coragem de se colocar numa discussão com a ciência.
Neste embate, as duas se completam e se purificam. A religião sabe-se inócua sem a razão, e a ciência tem consciência de sua limitação e sabe que pode ir somente até um determinado ponto e que, além disso, não há uma explicação racional aceitável. Assim, cala-se e deixa que a religião responda às últimas questões. Segundo Estevam, os tratamentos de reprodução como o coito programado são bem-vindos, para que haja mais garantias de sucesso em uma gestação programada. Portanto, não há restrições. Em sua visão a respeito da inseminação artificial, tudo aquilo que possa aperfeiçoar a propagação da vida e da felicidade familiar é aceito. “A relação sexual é algo de grande importância para manter um casamento equilibrado, mas a geração de um filho traz muita alegria também. Ambos são viabilizados pela mesma via natural; porém, na dificuldade de engravidar, não somos contra outras vias artificiais que possam trazer a geração de filhos”, diz ele. A fertilização in vitro é também aceita para que haja continuidade na sucessão familiar.
Ele se coloca mais uma vez a favor da propagação e da preservação da vida. Portanto, se o congelamento de embriões pode facilitar a vinda de filhos para que se aumente a felicidade de uma família, para a Renascer não há nenhuma inconveniência para uso dessa técnica também, mesmo que sejam outros casais que venham a receber.
Além de achar excelente o procedimento de congelamento de óvulos, já que esses óvulos retirados numa idade com maior integridade física por parte do doador podem, também, evitar degenerações mais presentes em pessoas gestantes com idade avançada. “Um exemplo seria a síndrome de Down (Trissomia do cromossomo 21), que tem uma incidência de um para cada 11 casos em mulheres com mais de 49 anos contra um em 1.490 casos em mulheres entre 20 e 24 anos”, diz o líder religioso, que também concorda com a doação de óvulos, sêmen e até de embriões, desde que seja uma verdadeira doação sem cunho comercial.